quinta-feira, 27 de junho de 2013

CELULITE

A Celulite, cientificamente chamada de Fibroedema Gelóide, é um distúrbio estético que acomete quase que exclusivamente as mulheres, sendo muito comum nos dias de hoje e, ao contrário do que dita o senso comum, não está relacionada exclusivamente com o excesso de gordura. Apesar do aumento de peso constituir uma causa / consequência da Celulite, não é de todo o mesmo problema. A obesidade e a Celulite são alterações diferentes. Na verdade, a Celulite não é mais que uma alteração do tecido adiposo, em particular dos adipócitos e das fibras do colagénio existentes no mesmo.
Esta alteração resulta da acumulação de uma forma excessiva de substâncias residuais na camada subcutânea de gordura e deve-se, essencialmente, a uma alimentação desequilibrada em quantidade e qualidade. Como consequência desta alteração, a circulação venosa linfática e todo o metabolismo celular são gravemente afectados. Por sua vez, as reservas de gordura, ao ficarem sobrecarregadas, comprometem os espaços intersticiais comprimindo os vasos de irrigação local provocando um desequilíbrio / desnível dos adipócitos e dos tecidos que sustentam a pele. Surgem assim irregularidades no relevo da pele que conferem à superfície desta certas ondulações: o tão conhecido aspecto de casca de laranja. Como se desenvolve a Celulite
 As células  adiposas  aumentam  em número e tamanho em virtude da acumulação de gordura. As paredes capilares tornam-se permeáveis perdendo a elasticidade. A drenagem linfática fica parcialmente obstruída, tornando a eliminação do excesso de fluídos / toxinas mais lento. As células adiposas agrupam-se e ficam ligadas por fibras de colagénio que, por sua vez, dificultam a passagem da corrente sanguínea. Os fios de tecido conjuntivo endurecem  e  expandem-se,  provocando ondulações e buracos na superfície cutânea.

Estas alterações podem vir ainda acompanhadas de uma hipersensibilidade ao toque, presença de micro ou macro nódulos, manchas e equimoses, fragilidade capilar, hipotermia cutânea, pele extremamente flácida, pernas cansadas e extremidades dos membros inchadas. Os factores que influenciam o aparecimento da Celulite podem ser de ordem interna e externa. Como factores internos temos a hereditariedade, hormonais, ciclo feminino (puberdade, gravidez e menopausa), retenção de líquidos e problemas circulatórios. Quanto aos factores externos podemos destacar o consumo de tabaco e álcool, alimentação rica em gorduras e sal e pobre em vitaminas e fibra, uso de roupa demasiado justa, vida sedentária, ausência da prática de actividade física / desportiva e ainda o uso de alguma medicação como sejam os anti-depressivos, corticóides, anti-histamínicos e contraceptivos orais. Infelizmente a Celulite, na maioria dos casos, ainda não tem cura, mas existem diversas formas de tratamento que podem melhorar significativamente o seu aspecto. No entanto antes de iniciar qualquer tratamento, é importante identificar qual o tipo de Celulite.
Grau 1 (Lipodistrófica ou adiposa) apresenta deformação tipo casca de laranja mas apenas quando se pinça a pele e aumento de consistência à palpação. Aparece na mulher jovem.
Grau 2 (Hidrolipodistrófica ou edemosa) Nota-se a deformação tipo casca de laranja quando em pé sem necessidade de pinçar a pele. A palpação tem uma consistência mais elástica e flácida. Aparece habitualmente na mulher a partir dos 30 anos.
Grau 3 (Fibrolipodistrófica ou fibrosa) a deformação tipo casca de laranja aparece acompanhada de pequenos buracos e nota-se quer de pé quer deitada. A palpação revela nódulos de consistência dura que podem ser dolorosos. É a mais grave e irreversível. Aparece nas mulheres mais velhas normalmente após a menopausa.
Os tratamentos para a Celulite, para além das massagens localizadas com os cremes anti-celulíticos, podem ser estéticos ou médicos. Como exemplo para os estéticos podemos destacar a Electroestimulação, Drenagem Linfática, Electrolipólise e Endermologia. Quanto aos médicos os mais populares são a Lipoaspiração, Subsisão e Mesoterapia.

A Celulite pode localizar-se em diversas zonas do corpo, contudo, as mais comuns são o abdómen, anca, coxa (face interna e externa), braços, glúteos e joelhos.
É muito difícil eliminar a Celulite, e não há métodos de quantificação objectiva, contudo é possível preveni-la ou até amenizá-la. A melhor solução é praticar exercício físico e mudar os hábitos alimentares. Quanto mais tarde se iniciar esta mudança de comportamento, mais difícil será a recuperação e a probabilidade de sucesso no combate à Celulite. Uma pessoa que faz exercício físico regularmente terá seguramente muito menos hipóteses de ter Celulite. A actividade física deverá incluir as vertentes de trabalho aeróbico e de tonificação muscular de forma a reduzir a massa gorda e aumentar a percentagem de massa magra. 


                                                                                                                                    Saudações desportivas
                                                                                                                                                   António Brilhante

Cortesia de VÂNIA PAULINO - Fisioterapeuta